O governo federal anunciou a implementação de uma nova plataforma para facilitar o acesso ao empréstimo consignado para trabalhadores do setor privado. A proposta busca ampliar a oferta de crédito com juros reduzidos, tornando o processo mais acessível e transparente.

Nova plataforma de crédito consignado para trabalhadores CLT

A nova iniciativa do governo tem como objetivo permitir que bancos e instituições financeiras acessem informações trabalhistas dos empregados via eSocial, sistema que centraliza dados fiscais, previdenciários e trabalhistas. Dessa forma, será possível oferecer crédito com mais segurança, reduzindo os riscos para as instituições financeiras e, consequentemente, as taxas de juros para os trabalhadores.

Essa medida pode triplicar a carteira de crédito consignado do setor privado, passando dos atuais R$ 40 bilhões para cerca de R$ 120 bilhões, segundo estimativas do governo.


Saiba mais: Novo consignado privado via FGTS já está pronto, afirma secretário da Fazenda; veja como vai funcionar


Como o eSocial pode transformar o crédito consignado?

A integração ao eSocial proporcionará uma análise mais precisa do perfil financeiro dos trabalhadores, permitindo que os bancos avaliem renda líquida, contribuições ao INSS, FGTS e descontos na folha de pagamento. Isso pode resultar em:

  • Aumento no número de trabalhadores elegíveis ao consignado
  • Redução nas taxas de juros para quem já utiliza essa modalidade
  • Mais transparência e competitividade entre bancos

De acordo com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, muitos trabalhadores chegam a pagar mais de 6% ao mês em juros no crédito pessoal. Com essa nova plataforma, a expectativa é que as taxas sejam reduzidas significativamente.

O que muda nas regras do consignado?

Apesar das mudanças no acesso ao crédito, as regras gerais do empréstimo consignado devem permanecer as mesmas. Isso inclui:

  • Teto da renda comprometida com o pagamento de parcelas do consignado;
  • Uso de até 10% do saldo do FGTS como garantia para o empréstimo;
  • Possibilidade de quitar o saldo devedor com a multa rescisória em caso de demissão sem justa causa.

O Ministério da Fazenda já sugeriu aumentar a parcela do FGTS utilizada como garantia, o que poderia baratear ainda mais os juros. No entanto, essa proposta ainda não teve consenso dentro do governo.