A margem consignável é um fator essencial para quem deseja contratar um empréstimo consignado privado. Com o lançamento do novo modelo voltado para trabalhadores CLT, entender como calcular a margem do consignado privado faz toda a diferença na hora de acessar um crédito com condições mais justas e seguras.
Nos últimos anos, o crédito consignado deixou de ser uma exclusividade dos servidores públicos e aposentados do INSS. Com a Lei 10820, de dezembro de 2003, trabalhadores da iniciativa privada também passaram a contar com essa modalidade, que oferece taxas mais acessíveis justamente por ter menos risco de inadimplência.
O que mudou no empréstimo consignado CLT
Em 2025, a medida provisória 1292 ampliou o acesso de trabalhadores CLT ao consignado, eliminando a obrigatoriedade do convênio entre empresas e instituições financeiras.
Trabalhadores rurais, domésticos, e vinculados via Microempreendedor Individual (MEI) agora também têm direito.
As transações acontecem via aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (eSocial) ou através dos canais eletrônicos cadastrados.
Nesse cenário de mudanças e ampliação de oportunidades, entender o funcionamento da margem consignável se torna um passo importante para fazer boas escolhas financeiras.
Além disso, saber calcular corretamente a margem evita frustrações na hora da contratação, como ter o crédito negado ou acabar comprometendo uma parcela maior do salário do que o ideal.
Por isso, dominar esse cálculo é uma forma de garantir mais controle sobre o próprio orçamento e evitar o superendividamento. Neste artigo, você aprenderá o que é essa margem, como calculá-la no seu salário CLT e o que fazer quando ela estiver comprometida.
O que é a margem consignável no crédito privado
A margem consignável é o percentual da sua renda que pode ser comprometido com parcelas de um empréstimo consignado. No caso dos trabalhadores com carteira assinada, o limite é de 35% do provimento.
Esse limite é estabelecido por lei para evitar o superendividamento do trabalhador. Por isso, é importante sempre calcular sua margem antes de contratar qualquer crédito.
Principais vantagens do consignado privado:
- Taxas mais baixas, devido ao desconto direto em folha
- Parcelamento em até 96 vezes*
- Contratação 100% digital
- Disponível para qualquer trabalhador com carteira assinada
*Consulte as condições com a instituição financeira escolhida.
Como calcular sua margem passo a passo
Saber como calcular a margem do consignado privado é essencial para tomar decisões financeiras conscientes. Esse conhecimento ajuda a evitar contratações impulsivas e garante que as parcelas do empréstimo caibam no seu orçamento mensal sem comprometer gastos essenciais.
Além disso, o cálculo da margem é simples e pode ser feito pelo próprio trabalhador, sem depender exclusivamente de instituições financeiras. Ao entender o passo a passo, você ganha autonomia para simular diferentes cenários e escolher a melhor opção de crédito com mais segurança.
O que entra no cálculo: salário, comissões e abonos
Para calcular corretamente, é preciso considerar apenas os vencimentos que compõem a base do INSS, também chamados de rubricas de vencimento.
Isso garante que o cálculo seja feito com base em rendimentos fixos e recorrentes, reduzindo o risco de inadimplência tanto para o trabalhador quanto para a instituição financeira.
Essas rubricas representam a parte do salário sobre a qual incidem os principais encargos trabalhistas e previdenciários.
Incluir apenas esses valores é uma forma de manter o cálculo alinhado às regras do crédito consignado privado.
- Salário base
- Horas extras
- Adicional noturno
- Adicional de insalubridade
- Adicional de periculosidade
- Comissões
- Gratificações
Depois de somar os rendimentos que entram no cálculo, é preciso descontar as contribuições obrigatórias, como o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte).
O valor restante após esses descontos é o que chamamos de salário líquido, que será a base para o cálculo da margem consignável.
Esse salário líquido é fundamental para determinar o percentual que pode ser comprometido com parcelas de empréstimo, garantindo que o trabalhador não ultrapasse o limite estabelecido pela legislação e evitando o comprometimento excessivo de sua renda.
O que não entra no cálculo da margem consignável
Valores como vale-transporte, auxílio-alimentação, diárias e reembolsos não entram no cálculo da margem consignável, pois não são considerados parte da base de contribuição para o INSS.
Esses benefícios têm natureza específica e são tratados separadamente, não impactando diretamente o cálculo de descontos consignados.
Além disso, a legislação estabelece que apenas os rendimentos que efetivamente compõem o salário para fins de contribuição previdenciária e tributária são levados em consideração, como o salário base, horas extras, comissões, gratificações e adicionais.
Percentual máximo da margem em 2025
Em 2025, o limite de comprometimento da renda para crédito consignado é de 35% do salário líquido. Esse percentual foi estabelecido para garantir que o trabalhador tenha uma margem segura de comprometimento com suas dívidas, evitando que ele se endivide além de suas possibilidades.
A ideia é proporcionar ao tomador de crédito uma maior segurança financeira, ao mesmo tempo que permite o acesso a empréstimos com condições mais vantajosas, como taxas de juros mais baixas.
Esse percentual é uma das principais vantagens do crédito consignado, pois oferece ao trabalhador uma forma de acesso ao crédito com parcelas que não impactam drasticamente no seu orçamento mensal.
No entanto, é importante entender que, dentro dos 35%, existem divisões específicas que indicam quanto pode ser destinado para cada tipo de crédito, o que pode influenciar no valor total disponível para empréstimos.
Esse percentual pode ser dividido em:
- 30% para empréstimos consignados
- 5% para cartões consignados (se a instituição oferecer esse tipo de crédito)
Assim, se você quiser contratar apenas empréstimos consignados, o total pode chegar a 35% da renda líquida.
Exemplo prático de cálculo
Imagine um trabalhador CLT que recebe R$ 3.500,00 brutos. Depois dos descontos obrigatórios (INSS e IRRF), seu salário líquido é de R$ 3.200,00.
Para calcular a margem:
R$ 3.200,00 x 35% = R$ 1.120,00
Esse valor representa o limite máximo das parcelas mensais que ele pode assumir em um empréstimo consignado.
Se ele quiser contratar um crédito com parcelas de R$ 800,00 por mês, ainda terá R$ 320,00 de margem livre.
Fatores que reduzem a margem disponível
Mesmo que seu salário permita uma margem alta, alguns fatores podem comprometer ou reduzir esse valor:
- Empréstimos consignados já ativos
- Cartões de crédito consignados em uso
- Renegociações anteriores
- Descontos automáticos na folha autorizados anteriormente
Por isso, é fundamental verificar sua margem antes de contratar um novo crédito, especialmente se você já possui contratos vigentes.
O que fazer quando a margem está zerada?
Se a margem do consignado estiver comprometida, ainda existem alternativas que podem ajudar a resolver a situação.
Muitas vezes, a negativa de um novo empréstimo pode ser frustrante, mas isso não significa que as opções de crédito estejam completamente fechadas.
Existem diferentes estratégias que podem ser utilizadas para liberar a margem ou renegociar a situação, permitindo que você recupere a capacidade de contratação de novos empréstimos sem comprometer sua saúde financeira.
É importante explorar essas alternativas de forma consciente e avaliar qual delas se encaixa melhor com sua realidade financeira, sempre buscando evitar o endividamento excessivo.
Essas opções podem incluir a portabilidade do consignado, refinanciamento de dívidas ou até o pagamento antecipado de empréstimos anteriores.
Além disso, dependendo do caso, consultar a margem disponível em outros vínculos empregatícios pode ser uma solução viável.
Confira abaixo como explorar essas alternativas de maneira mais detalhada:
1. Portabilidade do consignado
A portabilidade do consignado é a possibilidade de transferir um contrato de empréstimo consignado de uma instituição financeira para outra, buscando condições mais vantajosas, como juros menores ou prazos mais adequados.
Essa alternativa pode ser especialmente útil quando a margem está zerada, já que a troca de banco pode liberar parte da margem ao reduzir o valor da parcela mensal.
- Transfira sua dívida para outra instituição com taxas menores
- Com isso, é possível liberar parte da margem
Saiba mais sobre portabilidade de empréstimo consignado no Blog da Konsi!
2. Refinanciamento do consignado
O refinanciamento é uma opção para quem já tem um empréstimo consignado ativo, mas precisa de novo crédito ou deseja melhorar as condições do contrato atual.
Ele funciona como uma renegociação, em que o saldo devedor é incorporado a um novo contrato, geralmente com prazo maior e parcelas ajustadas à margem disponível.
Essa operação pode liberar um valor adicional sem ultrapassar o limite permitido.
- Renegocie seu contrato atual
- Estenda o prazo e libere novo crédito com parcelas dentro da margem
3. Quitar contratos antigos
A quitação de contratos antigos é uma forma eficiente de liberar margem consignável.
Ao antecipar parcelas ou liquidar integralmente um empréstimo já existente, o trabalhador zera o saldo devedor e volta a ter a margem disponível para novas contratações.
Essa estratégia é especialmente útil quando as taxas de juros atuais estão mais vantajosas ou quando há necessidade de reorganizar as finanças.
- Antecipe parcelas ou quite totalmente empréstimos vigentes
- Isso libera a margem integral novamente
4. Consultar margem em outros vínculos empregatícios
Muitos trabalhadores CLT possuem mais de um vínculo formal, seja em um segundo emprego ou como prestador de serviços contratado em regime CLT por outra empresa.
Nesse caso, cada vínculo gera uma margem consignável independente, que pode ser consultada e utilizada separadamente.
Consultar a margem disponível em outros empregos pode ser uma boa alternativa quando a principal já está comprometida.
Isso permite acessar crédito consignado adicional sem descumprir os limites legais ou prejudicar o orçamento.
- É permitido contratar um consignado por vínculo
- Se você tiver outro emprego com carteira assinada, pode ter margem disponível
Saiba mais sobre emprésitmo consignado CLT no Blog da Konsi!