Com todas as mudanças no mercado de crédito em 2025, muita gente ficou em dúvida: afinal, qual a diferença entre o consignado CLT e o do INSS? As duas opções têm regras e públicos bem distintos — e entender isso pode te ajudar (e muito) a fazer uma escolha mais vantajosa na hora de pegar um empréstimo.
O consignado segue como uma das linhas de crédito mais procuradas no Brasil, principalmente por causa das taxas de juros mais baixas. Mas calma, nem todo consignado é igual. Neste guia, vamos mostrar o que mudou em 2025, o que separa o crédito para trabalhadores CLT daquele voltado para aposentados e pensionistas do INSS, e o que isso muda no seu bolso.
Tabela comparativa de crédito consignado: CLT vs INSS
Característica | Consignado CLT | Consignado INSS |
---|---|---|
Margem Consignável | 35% do salário | 45% do benefício |
Taxa de Juros | 3% ao mês, em média | Até 1,85% ao mês |
Prazo Máximo | 96 meses | 96 meses |
Garantia | FGTS (10% + multa) | Desconto automático |
Público | Trabalhadores CLT | Aposentados e pensionistas |
Convênio | Não necessário | Não necessário |
Risco de Perda | Demissão | Muito baixo |
Consignado CLT: o que mudou com o Crédito do Trabalhador em 2025
2025 chegou com uma novidade importante: o Crédito do Trabalhador. Essa nova modalidade facilitou (e muito) o acesso ao consignado para quem trabalha com carteira assinada. A grande mudança? Agora você pode conseguir o empréstimo mesmo que sua empresa não tenha convênio com o banco.
Isso só é possível graças ao eSocial, que passou a intermediar o processo. Assim, as parcelas são descontadas diretamente da folha de pagamento, respeitando a margem de até 35% do salário. Até então, o trabalhador de carteira assinada não tinha acesso a empréstimo com taxas justas. E a resposta dos trabalhadores foi rápida: só nos primeiros meses, mais de 10 milhões de simulações foram feitas. Isso mostra o quanto havia demanda reprimida por esse tipo de crédito.
Fim da necessidade de convênio entre empresa e banco
Antes, só podia contratar um consignado CLT quem trabalhava em empresas com convênio com o banco. Agora, isso ficou no passado. O novo sistema permite que qualquer trabalhador com carteira assinada solicite o crédito direto com o banco — tudo controlado automaticamente pelo eSocial.
Esse avanço foi especialmente importante para quem trabalha em pequenas e médias empresas, que raramente tinham convênio com instituições financeiras. Estima-se que, até o ano passado, apenas 30% dos trabalhadores CLT conseguiam acesso ao consignado. Agora, isso mudou de vez.
Garantia pelo FGTS: como funciona na prática
Outra novidade relevante no modelo CLT é a possibilidade de usar o FGTS como garantia. Em caso de demissão, o banco pode usar parte do saldo do FGTS para quitar a dívida:
- Até 10% do saldo total do FGTS;
- 100% da multa rescisória (40% do saldo).
Essa mudança traz mais segurança tanto para o trabalhador quanto para o banco, e ajuda a manter as taxas de juros mais competitivas.
Passo a passo para solicitar
O processo de solicitação do consignado CLT ficou mais simples:
É importante lembrar que a margem consignável de 35% inclui todos os descontos em folha, como outros empréstimos já contratados.
Consignado INSS: regras específicas para aposentados e pensionistas
Já para aposentados e pensionistas, o crédito consignado do INSS continua sendo uma das melhores opções disponíveis. Por quê? Porque além das taxas de juros mais baixas, os prazos para pagamento são mais longos e há menos risco de inadimplência.
A estabilidade da renda desses beneficiários permite que os bancos ofereçam condições bem mais vantajosas — o que se traduz em juros menores e empréstimos maiores.
Margem de 45% vs 35%: entenda a diferença no cálculo
Aqui está um ponto chave: quem recebe pelo INSS pode comprometer até 45% do benefício com crédito consignado, enquanto o trabalhador CLT tem um limite de 35%. E essa diferença na margem consignável é significativa.
A divisão da margem para beneficiários do INSS fica assim:
- 35% para o consignado tradicional;
- 5% para cartão de crédito consignado;
- 5% para cartão benefício consignado.
Na prática, isso significa que quem recebe R$ 3.000 pelo INSS pode comprometer até R$ 1.350 por mês com consignado. Já um CLT com o mesmo salário só pode comprometer até R$ 1.050.
Teto de juros de 1,85% ao mês: por que é mais baixo
Em 2025, o teto dos juros do consignado INSS passou por ajustes e agora está em 1,85% ao mês. Essa taxa é bem menor do que outras opções de crédito, como o cheque especial (que pode chegar a 8% ao mês) ou o rotativo do cartão (mais de 10%).
O motivo da taxa mais baixa é simples:
- Desconto direto no benefício, o que reduz o risco;
- Renda estável e garantida;
- Teto de juros controlado pelo governo;
- Forte concorrência entre bancos.
Prazo de até 96 meses: vantagens dos prazos longos
Outra vantagem para quem é aposentado ou pensionista: o prazo para pagar pode chegar a 96 meses — ou seja, 8 anos. Isso ajuda a reduzir o valor das parcelas e deixar o crédito mais acessível no mês a mês.
Quer um exemplo? Um empréstimo de R$ 20 mil a 1,85% ao mês:
- Em 24 meses: parcela de R$ 1.100;
- Em 96 meses: parcela de R$ 370.
Por que a taxa de juros do INSS sai mais barata que o CLT?
A diferença nas taxas de juros entre consignado INSS e CLT existe por diversos fatores estruturais e de risco que influenciam diretamente a precificação do crédito. Compreender esses fatores é fundamental para entender por que aposentados e pensionistas conseguem condições melhores, mesmo quando o mercado de crédito está mais restritivo.
A principal razão está na estabilidade da renda. Enquanto um aposentado tem garantia de renda até o fim da vida, um trabalhador CLT está sujeito às variações do mercado de trabalho. Consequentemente, isso se reflete diretamente na precificação do risco pelas instituições financeiras.
Fatores que influenciam as taxas em cada tipo de empréstimo
Consignado INSS (taxas menores):
- Renda vitalícia e estável;
- Desconto automático no benefício;
- Menor risco de inadimplência;
- Teto de juros regulamentado pelo governo;
- Histórico de pagamento mais previsível.
Consignado CLT (taxas maiores):
- Risco de demissão;
- Dependência do mercado de trabalho;
- Garantia pelo FGTS (novidade de 2025);
- Menos regulamentação específica;
- Maior volatilidade da renda.
A estabilidade da renda é o principal fator que explica a diferença. Aposentados têm renda garantida até o fim da vida, enquanto trabalhadores CLT podem perder o emprego.
Como calcular o custo total do empréstimo
Para comparar diferentes ofertas, é essencial calcular o Custo Efetivo Total (CET), que inclui todas as taxas e custos:
Fórmula básica: CET = (Valor total pago ÷ Valor emprestado - 1) × 100
Exemplo prático:
- Empréstimo: R$ 10.000;
- Prazo: 24 meses;
- Taxa: 1,85% ao mês;
- Valor total pago: R$ 13.200;
- CET = (13.200 ÷ 10.000 - 1) × 100 = 32%.
Sempre compare:
- Taxa de juros mensal e anual;
- Valor total a ser pago;
- Custo Efetivo Total (CET);
- Seguros obrigatórios;
- Tarifas de cadastro.
Como saber se o meu consignado está caro?
Aqui é onde a tecnologia pode fazer toda a diferença na sua decisão financeira. A Konsi é a primeira e única fintech a oferecer um comparador de taxas de crédito consignado em tempo real, permitindo que você tenha uma visão completa do mercado antes de tomar sua decisão.
Através do nosso comparador, você pode:
- Comparar taxas em tempo real: Veja as melhores ofertas de diferentes bancos instantaneamente;
- Calcular o CET automaticamente: Nossa plataforma calcula o Custo Efetivo Total de cada proposta;
- Simular diferentes cenários: Teste prazos e valores para encontrar a melhor opção;
- Verificar sua margem disponível: Saiba exatamente quanto pode comprometer da sua renda.
Referências de mercado para avaliar se sua taxa está competitiva:
- Consignado INSS: até 1,85% ao mês (teto regulamentado);
- Consignado CLT: varia entre 2% a 4% ao mês dependendo do banco e perfil;
- Média praticada pelos principais bancos em julho de 2025.
Sinais de alerta de que sua taxa pode estar cara:
- Acima do teto regulamentado (no caso do INSS);
- Mais de 0,5% acima da média do mercado para seu perfil;
- Inclusão de seguros desnecessários que elevam o CET;
- Não houve análise adequada do seu perfil de risco.
Nossa tecnologia empodera trabalhadores CLT, servidores públicos e beneficiários do INSS na escolha consciente de crédito, oferecendo transparência total no processo de comparação.
O que acontece com seu empréstimo em situações específicas
Situações imprevistas podem afetar o pagamento do seu consignado. Por isso, é importante entender como cada modalidade lida com essas circunstâncias.
As regras são diferentes para CLT e INSS, e conhecê-las ajuda a tomar decisões mais informadas na hora de contratar o crédito. Veja:
Demissão no consignado CLT: FGTS como garantia de empréstimo
Com as mudanças de 2025, a demissão no consignado CLT passou a ser menos preocupante para o trabalhador. No caso de desligamento, o valor devido será descontado das verbas rescisórias, observado o limite legal de 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória.
Na prática, isso significa:
- Primeira opção: Desconto nas verbas rescisórias;
- Segunda opção: Uso de até 10% do saldo do FGTS;
- Terceira opção: Uso de 100% da multa rescisória.
Se mesmo assim não cobrir o valor devido, o trabalhador deve negociar com o banco para quitar o restante.
Mudança de empresa: transferência automática pelo eSocial
O processo de mudança de empresa no novo modelo de consignado CLT é completamente automatizado e transparente. Dessa forma, quando você muda de emprego, o desconto é transferido automaticamente através do eSocial para o novo empregador.
Mais importante ainda: no novo modelo de consignado, a dívida acompanha o trabalhador em todos os vínculos de emprego que ele tiver futuramente, até que a dívida seja quitada. Isso significa que, independentemente de quantas vezes você troque de emprego, o desconto continuará sendo feito normalmente.
Entenda como funciona:
- Informe ao novo empregador sobre o consignado existente;
- O RH da nova empresa inclui o desconto via eSocial automaticamente;
- Os descontos continuam normalmente no próximo salário;
- Não há necessidade de novo convênio ou renegociação.
Essa automação elimina completamente a burocracia que existia anteriormente, quando era necessário renegociar o empréstimo a cada mudança de emprego. Agora, o sistema é robusto o suficiente para acompanhar o trabalhador durante toda sua vida profissional.
Morte do beneficiário do INSS
No consignado INSS, em caso de morte do beneficiário, o saldo devedor pode ser:
Quitado pelo seguro:
- Muitos contratos incluem seguro prestamista;
- Cobre o saldo devedor automaticamente;
- Família não fica responsável pela dívida.
Assumido pelos herdeiros:
- Quando não há seguro contratado;
- Limitado aos bens deixados pelo falecido;
- Pode ser negociado desconto para quitação.
Transferido para pensão:
- Se houver pensão por morte aprovada;
- Descontos continuam no novo benefício;
- Respeitando a margem consignável.
É recomendável sempre contratar o seguro prestamista para proteger a família dessas situações.