Nas últimas semanas, vídeos circulando em redes sociais prometem indenizações para vítimas de fraude no INSS. Para isso, a suposta orientação é acessar um site, informar o CPF e pagar uma taxa via Pix. A promessa de receber valores entre R$ 5 mil e R$ 15 mil é falsa.
Trata-se de mais um golpe digital que se aproveita de beneficiários do INSS, especialmente aposentados e pensionistas. O golpe usa vídeos manipulados e simula portais de notícias.
O vídeo utiliza deepfake — tecnologia de Inteligência Artificial que manipula áudio e imagem — para simular falas de especialistas, jornalistas e até políticos. Em um dos casos, o rosto da economista Evelyn Machry Poit foi usado indevidamente para dar “credibilidade” ao conteúdo.
Outro caso recente envolveu a aposentada Maria Aparecida, de 69 anos, que quase caiu no golpe após ver um anúncio no Instagram. O site pedia seus dados e uma taxa de R$ 62, prometendo a devolução de descontos indevidos.
Como o golpe funciona
O esquema é sofisticado e se baseia na aparência de portais confiáveis, como o gov.br ou o Jornal Nacional.
O processo envolve:
- Acesso a um site falso, que simula uma página do governo federal
- Inserção do CPF para consulta de valores
- Exibição de um vídeo falso com William Bonner ou outras figuras públicas
- Um chat com falso atendente, que solicita pagamento via Pix
- Justificativas falsas com base em leis reais, como a LGPD, para enganar o usuário
Atenção: não existe programa oficial de indenização por fraude no INSS. Os órgãos governamentais orientam que toda consulta sobre descontos indevidos deve ser feita exclusivamente pelo site gov.br.
Fraudes no INSS: entenda o contexto
A chamada Operação Sem Desconto, conduzida pela Polícia Federal e pela CGU, revelou o envolvimento de sindicatos que aplicaram descontos ilegais em benefícios. Estima-se um desvio de R$ 6 bilhões entre 2019 e 2024. A apuração segue em andamento.
Para se proteger, acesse fontes oficiais e desconfie de mensagens que prometem dinheiro fácil mediante pagamento.
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